A noite caiu.
Há estrelas no céu.
Há vida em nós.
Cheguei finalmente a casa, sentei-me, respirei fundo, coloquei uma chávena de café ao lado que fumega sem parar enquanto eu me dou ao luxo de fazer algo que tanto gosto: escrever. Escrever que é viver e viver para mim tem que ser escrito também. Tem de haver uma marca. Algo eterno. Algo que saia de mim.
Hoje tinha no planeamento a inclusão em Portugal e no mundo. Mas vou dar-me ao direito (espero que percebam) de mudar de rota.
Vou escrever livremente. Podia ser um livro mas para já é uma história real: A Maria, o irmão da Maria, a família da Maria, o meu irmão Diogo e eu.
Ora então, o Diogo completou 14 anos, o Tomás melhor amigo do Diogo e irmão da Maria, fez-lhe várias surpresas e surpreendeu-me a mim pela sua maturidade, entrega, energia e amizade.
Não há presente melhor que eu poderia pedir para o meu irmão do que um amigo como o Tomás.
Nas vésperas o Tomás preparou meticulosamente a surpresa do Diogo. Fez uma lista. Pensou em todos os detalhes. Foi buscar balões, fez um vídeo com dedicatórias, tirou fotografias, ajudou-me com um sorriso enorme em tudo o que pedi e era sempre ele o primeiro a ter uma e outra e outra ideia.
O Tomás comoveu-me por essa entrega, por essa adrenalina de fazer acontecer, de querer ver o Diogo feliz, e humildemente agradecer.
Fiquei novamente impressionada. Dizia-lhe sempre que ele era um espectáculo, que era o melhor amigo do mundo e que a minha gratidão para com ele não tinha preço, nem descrição possível.
Quando lhe dizia “Obrigada Tomás”, ele respondia que eu tinha de agradecer à família dele pela educação, pelos valores, e essencialmente à Maria que o ensinava muito mais do que julgávamos, que a sua luz e força de vontade abrilhantavam a vida do Tomás de tal maneira desenrascado, preocupado e guerreiro como se fosse o chefe de uma tribo. Uma tribo de amor.
Eu tremia. Pensei na dimensão dos seus 14 anos, no milagre e na sorte que é termo-nos todos cruzado na vida uns dos outros, todos diferentes e depois todos iguais. Todos um. Onde a felicidade é partilhada e elevada por todos.
Que bênção!
Agradecia-lhe ainda mais e mais comovida ficava em cada minuto e ele dizia que também se tinha inspirado em mim e nas minhas ideias para fazer surpresas. (Eu adoro fazer surpresas.)
No meio de todo este ritmo mágico, houve sempre um factor comum tão natural e tão raro por vezes: incluir. Incluímos todos. Todos fizeram parte da surpresa que foi um sucesso. Todos (sem qualquer excepção) fomos inspirados pela essência da Maria, pelos abraços fortes, pela calma que os olhos dela nos embalam e nos fazem perceber que a felicidade é isto, é termo-nos uns aos outros deste jeito, com esta entrega, inclusão e amor.
Tomás, Maria, Matilde, Ana, Jorge e Diogo a minha gratidão em vos ter na minha vida é tão forte e imensa que nem as palavras conseguem descrevê-la.
Incluir é uma forma de amar, de surpreender, de evoluir e mais feliz ser!
E vocês todos os dias me ensinam isso.
Obrigada meus amores!
Nita Domingos
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