Temos o direito à livre expressão e não o devemos por em causa nunca. Mas este direito implica alguns deveres. Não?
Podemos dizer o que quisermos, quando e como quisermos. Mas a maioria das vezes não pensamos no outro, nos seus motivos e muito menos na sua dor.
Somos rápidos a julgar e extremamente lentos no que diz respeito a ouvir. Mas o direito à livre expressão, incute-nos o dever de ouvir. Não?
Por sermos rápidos demais a julgar, muitas vezes afastamo-nos. Criam-se discórdias inúteis por capricho e fugimos para que as vontades individuais prevaleçam como se fossem verdades absolutas. Mas se ouvirmos, muitas vezes podemos até entender que afinal as nossas verdades não são tão absolutas e até podemos aprender algo de novo. Não?
Ontem enquanto lia e participava numa conversa no FB, consegui ler o discurso de um senhor que dizia: “Em relação a este problema na minha opinião faltam imensos técnicos para lidar com o tremendo problema das crianças deficientes.”
A frase “com o tremendo problema das crianças deficientes” fez eco na minha cabeça e fez-me lembrar que ainda temos muito caminho para andar.
As crianças deficientes não são um problema. A falta de humanidade sim, essa sim é o maior problema da sociedade. Valeu a pena ler e ouvir – pelo menos aprendi e relembrei que ainda temos um longo caminho a percorrer.
E com a liberdade de expressão se excluí.
A Mãe da Maria (Ana Rebelo)
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