Talvez seja esta imprevisibilidade de nascer sem saber quem somos que me fascina…

Diante milhões de hipóteses, porque estou eu aqui nascida e criada em Portugal, com grande orgulho de gritar alto pela voz lusitana, descoberta de entre terras desconhecidas e ainda pouco concebidas para humanos daquele tempo…

Mas feitas no tamanho certo, para os génios que nasceram no século errado e criaram este Mundo na medida certa, com as proporções corretas como se da receita de um bolo de chocolate se tratasse.

Hoje é tão simples e tão banal falarem daquilo que os nossos olhos não viram, mas imaginam com todos os seus pormenores e, sem se saber bem porquê, acreditam vivamente…

Falam de extraterrestres, de átomos, moléculas e de outros planetas, mas todos os dias quando olho para o céu azul e esbranquiçado vejo apenas pequenos feixes de luz a que damos o nome de estrelas…

E por mais aulas de física e química, a minha mente nunca chegará à genialidade desses grandes, que descobriram o verdadeiro significado do que é a vida e, mesmo sabendo que era grande o seu valor, preferiram passar anos na descoberta de leis que seriam gozadas e rejeitadas pelas mentes do passado, mas seriam revalidadas e utilizadas como a base de tudo, pelos génios do futuro que celebram agora com toda a popa e circunstância, o trabalho dessas mentes brilhantes que construíram o mundo na medida certa, sem precisar de tecnologia de alta definição, apenas papel e caneta e um cérebro do tamanho dos mais de milhões de corações que rejeitaram suas teorias apelidando-as de foleiras e bobas…

Mas hoje, aquele que foi condenado à morte e viu os seus projetos serem queimados à nascença é um dos nomes mais sonantes no Mundo que viu a sua vida lhe ser retirada, como o vento que foge nos dias de sol quente mas nada lhe impediu de dar a mão à ciência e deixar a sua marca presente um pouco por todo o lado… Até em lugares desconhecidos no passado é hoje abençoado por todos os pequenos e grandes seres humanos que nos tornámos…

E nós… Nós já temos a receita do melhor bolo de chocolate do mundo, nas proporções corretas, apenas um recheio de mais humanidade e umas mudanças de menos egoísmo e mais humildade, com mais uma colher do açúcar de bondade tornaremos enormes nossos sonhos gigantes e bobos ignorantes nas mais mentes brilhantes…!

Depende de nós não deixar queimar o bolo que há tanto tempo está a ser cozinhado, no tamanho certo e com as proporções corretas, e chegaremos longe onde nunca chegaram!

A irmã da Maria (Matilde Rebelo Pires)