Não, eu não tenho vergonha e muito menos motivos para esconder o fato de ser intensa. É uma qualidade poder viver todos os dias, sentir e fazer o possível para ser sincera com esta minha intensidade. Quem não entende, tudo bem. Não espero ser compreendida pelos meus gestos. A intensidade em mim é algo que cresce de uma forma recíproca, natural e sem qualquer explicação da razão.
É muito simples. Jamais considerei ser uma perda de tempo procurar e demonstrar a minha melhor versão. Penso que se fôssemos mais abertos e menos preocupados com as vulnerabilidades do coração, mais as relações seriam inesquecíveis em vez desse conjunto de encontros “esquecíveis”. Quando a nossa intensidade não é julgada como uma fraqueza, mas como uma parte fundamental da nossa pessoa, aprendemos a valorizarmo-nos e a reconhecer os instantes que são importantes e as trocas que carregaremos para toda a vida.
Ser intensa ensinou-me bastante. Até mesmo nas decepções, nunca plantei arrependimentos no peito. Nada foi em vão. Tudo o que revelei teve uma consequência. É assim que funciona. Tentar negar o coração que respira intensidade nunca foi uma escolha para mim. Num mundo onde as pessoas disfarçam sentimentos, encaro a minha entrega com coragem e, porque não, com felicidade?
Ser intensa é a minha melhor qualidade. Confesso saudades, emociono-me sem constrangimentos, procuro, pergunto e importo-me com quem está na minha vida. Não tenho planos perfeitos de como agir quando sinto especial. Não meço os desdobramentos dos meus afetos. Sou intensa o quanto posso, mereço e vivo!
A mãe da Maria (Ana Rebelo)
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