Por muito que não nos entreguemos ao cansaço, às vezes as forças falham e precisamos mesmo de um tempo sem fazer absolutamente nada.

Há já muito tempo, que por aqui não existe um dia sem nenhuma obrigação e começa a ser imperativo uma pausa, para conseguirmos seguir em frente nesta aventura que é a vida.

No meio da azáfama diária, tenho a sorte de ter nos meus filhos e na minha casa um refúgio capaz de me revigorar. Ao fim de semana temos sempre muitas atividades, mas este domingo recusei-me a fazer qualquer coisa que fosse.

Saí de casa apenas por uns minutos e passei o resto dia fechada no nosso canto. Esteve tudo em modo câmara lenta. Arrastámo-nos o dia todo pela casa, quase sem barulho, parecia que tínhamos combinado voto de silêncio.

A Maria, que gosta de mimo (como ninguém), a meio da tarde veio ter comigo e quis ficar num abraço sem fim, como se estivesse também a precisar deste recarregar de baterias sem nada no meio a atrapalhar. Ficámos mais de uma hora neste passar de energia, em forma de mimo, e não é que resultou?

Venha mais uma semana, que estamos de baterias carregadas para a enfrentar.

A mãe da Maria (Ana Rebelo)