Quando a minha irmã Maria está no hospital, não é fácil…No primeiro dia, estava ansioso, mas não muito preocupado, pois sabia que não era o dia da cirurgia. Como tive a sorte de receber o convite de um grande amigo, para ir dormir a casa dele, distraí-me e o tempo passou bem.
O segundo dia, esse sim, foi um pesadelo. Já acordei nervoso e foi assim até ao final do dia. Apetecia-me estar no hospital ao lado da Maria. Mas os adultos acham que os irmãos devem continuar a sua vida normal. Como se fosse possível!
Pedi ao meu pai para me ligar assim que a operação terminasse. Como estava nas aulas e o telemóvel estava no silêncio, passei a manhã inteira a espreitar (de cinco em cinco minutos) para ver quando chegavam noticias… mas nada. E eu cada vez mais nervoso!
Chegou a hora do almoço, saí para o recreio e enviei logo uma mensagem ao pai. Uns minutos depois chegaram as boas noticias – “Correu tudo bem!”. Não imaginam como esta noticia me acalmou. Fiquei feliz e pensei, se está tudo bem assim que sair do colégio, vou ao hospital com o Pai e com a Matilde para dar um beijinho à Maria.
Quando o pai chegou, já no carro, disse-nos que a Maria tinha tido uns “piripaques“, por isso não tinha ido para o serviço, continuava no SO e não podíamos ir vê-la. Fiquei tão triste. Não entendo porque é que só o pai ou a mãe podem ver os filhos quando estão no SO. E nós os irmãos, não somos gente? Nós ajudamos os nossos irmãos a recuperarem, tanto ou mais que os pais! Enfim…
Na sexta feira, foi mais um dia de stress. Fui para o colégio a pensar na minha irmã Maria. Mesmo sabendo que ela estava a recuperar bem, eu só acredito quando a vejo em casa.
Ao final da tarde tive uma surpresa – a Maria tinha regressado! Tudo o resto passou, quando a vi e recebi o melhor abraço do mundo – o da minha irmã Maria!
Pelo Irmão da Maria (Tomás)
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