Ontem foi dia de festa. A tia Mónica fez anos. A Maria como já devem ter percebido, adora estes dias. A família toda junta, a possibilidade de saltar de colo em colo, o roubar um abraço a cada segundo, a alegria de rever quem não vê diariamente. Tudo isto lhe ilumina ainda mais o sorriso.

A tia Mónica, na vida da Maria, é como uma fada madrinha. Como médica, acompanhou toda este caminho desde o primeiro momento. Um caminho que se para nós nem sempre foi fácil, acredito que para ela em determinadas alturas tenha sido bem difícil, pois como médica soube sempre muito mais (que nós) sobre as doenças e complicações que desde o primeiro suspiro acompanharam a Maria.

Mas a tia Mónica esteve sempre aqui, sempre nos apoiou a nós e à Maria e nunca deixou de aparecer sempre que é preciso. Ainda hoje é ela que nos tira as dúvidas que vão aparecendo. É a tia Mónica que nos acalma, ou que nos encaminha e aconselha quando temos mesmo de agir.

E a Maria sabe. Sabe que a tia acalma os pais e trata dela. A tia já teve de a picar (quando já nenhuma enfermeira o conseguia fazer), de lhe mudar pensos, de fazer curativos, mas a Maria sabe que tem mesmo de ser… e deixa a tia fazer!Poderia ter algum receio, mas não, bem pelo contrário. Sempre que pode e consegue, agarra-se ao pescoço da tia e abraça-a como se não houvesse amanhã.

Ontem foi assim. Na hora de cantar os parabéns, sentou-se ao colo da tia Mónica e só saiu de lá quando conseguiu tudo o que queria – cantar os parabéns à tia, algum miminho e aquele (este) abraço…

A Mãe da Maria (Ana Rebelo)