Já me deixei de desejar coisas, a minha sede agora é de momentos. Eu quero um pouco de sossego e uma dose generosa de gargalhadas. Alguns desafios e descobertas também se aceitam. Ah e quem sabe mais amor, abraços sinceros, músicas que arrancam suspiros e dias de céu azul.
Agarrei nos planos de vida perfeita e deitei pela janela fora. Entendi que escrever o que quero que aconteça numa peça em que não controlo os cenários e os outros atores, é tão ineficiente quanto assistir ao Romeu & Julieta pela milésima vez e esperar que desta vez tenha um final feliz.
Em vez disso, prefiro enfeitar-me com o meu melhor sorriso e as melhores intenções todos os dias antes de sair casa. O inesperado faz parte da vida, não dizem que o bom vem sempre sem avisar? Então, eu escolho estar sempre de coração aberto e atenta para agarrar toda e pequena felicidade que cruzar o meu caminho.
Do que adianta ficar a remoer sobre tudo aquilo que aconteceu no passado, tão longe do aqui e do agora? Agora quero é conjugar verbos no presente, bem simples e sem erro: eu vivo, tu aproveitas, ela sorri, nós amamos.
Isto não é apenas a minha declaração de liberdade, é o meu melhor e mais verdadeiro convite. Embarquem comigo, deixem as bagagens para trás e arrisquem-se a viver sem a coletânea de lembranças que insistimos em carregar. O que passou já foi, o novo é sempre melhor e o novo é sempre diferente.
A mãe da Maria (Ana Rebelo)
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