Já lá vai o tempo em que tinha medo de errar. Hoje em dia, muitas vezes penso que o faço vezes sem conta, mas desde pequenina que gosto de pagar para ver.
Prefiro dececionar-me a perder uma chance, prefiro ter o coração partido do que ver uma oportunidade partir. Mesmo que essa procura por uma vida com tanta intensidade e com vontade de acertar, me faça tropeçar nesta minha vontade de viver.
Apesar de saber que era mais fácil se seguisse sempre a razão, já não consigo deixar a minha emoção de lado. Pois a minha intuição é o meu escudo e o meu coração luta comigo quando me quer ver feliz.
Se fosse para tirar o pé do acelerador, para pensar antes de agir, ou para calcular as consequências, não seria eu, não seria o meu coração a pulsar, e não viveria nada daquilo que sinto.
Então, desde há uns tempos, habituei-me a colecionar erros. E por isso, há quem diga que eu tenho uma estranha forma de viver. Será mesmo? Será que existe algum sentido em viver se não for para seguirmos as nossas próprias vontades?
Se assim for, prefiro não saber viver até o fim, pois foi na tentativa de acertar que a felicidade resolveu chegar até mim.
A mãe da Maria (Ana Rebelo)
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