Meus filhos,

Novembro 18, 2018

Filhos, se eu vos pudesse deixar alguma coisa deixaria tudo. Deixaria os meus sonhos prontos e os vossos também. Isto inclui muito, mas se no final fosse preciso escolher, deixaria-vos uma caixa de confettis de paciência coloridos, para serem usados sempre que a vida vos exigir um recomeço.

Algumas vezes a vida vai exigir que se reinventem, e será preciso acreditar, acreditar muito!

E quando o monstro da existência se apresentar, esta caixa de confettis será muito útil. O monstro é grande e de aparência infinita. Vão ter de o domesticar e precisarão de muita paciência para esperar que o tempo passe, na sua medida secreta, porque para tudo, filhos, há uma medida. E aí, descobrirão surpreendentemente que são domesticados, porque nós somos os nossos próprios medos e não há medo que não se adoce com um pouco de sabedoria. E a sabedoria só chega depois de exercitarmos a paciência.

Por vezes, vão precisar de descobrir sentido nas loucuras da alma, apenas para frear as loucuras da vida. Mais uma vez usem a paciência, coisa que nem sempre é fácil utilizar.

Não se assustem quando o dia amanhecer escuro, há dias escuros, mas como tudo na vida esse dia também clareará.

A vida apresentará charadas; não as queiram decifrar, o tempo encarregasse disso.

A solidão, por vezes será inevitável, tomem-na como uma boa companhia pelo tempo que for preciso. Sejam pacientes.

Nunca se preocupem com o tempo da chegada, apenas cheguem sem tempo, sem cansaço e desfrutem os vossos sonhos; a verdadeira chegada acontece todos os dias e não é preciso correr.

P.S: Os confettis que vos deixo são coloridos, para que vocês nunca esqueçam a alegria. Porque tenho em mim que os sonhos são de todas as cores.

A mãe da Maria (Ana Rebelo)

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