Foi sempre assim e arrisco dizer que assim sempre será. Estas duas têm tanto de independentes, como de dependentes. Ora brincam, ora reclamam, mas no final do dia apanho-as sempre assim, num abraço sem fim.

Partilham quarto desde sempre e a Matilde, quando a Maria entra em modo furacão e vira o espaço comum ao contrário, zanga-se como se não houvesse amanhã. Mas o contrário também acontece – a Maria só gosta mesmo da desarrumação que ela provoca.

Quando a Matilde não está a Maria consegue perguntar pela irmã umas centenas de vezes ao dia. Já o contrário deixa a Matilde em estado apático, pois as saudades consomem-na.

Muitas vezes dou comigo a pensar no amor simples que sentem uma pela outra, que nem a inversão de tamanhos e responsabilidades lhe tirou a pureza e a simplicidade. É emocionante assistir às minhas duas miúdas crescerem assim, agarradas para a vida!

A mãe da Maria (Ana Rebelo)