Como é ser mãe da Maria?

Maio 21, 2019

Muitas são as vezes que me perguntam como é ser mãe da Maria. Normalmente as perguntas terminam com frases, como: “Deve ser difícil” ou “É preciso ter muita força”. Não vou dizer que é ou foi sempre alegria e felicidade. Mas recuso-me a ser vista como uma sofredora.

Não me espanta que a maioria das pessoas veja apenas a dor e sofrimento, eu mesma (em alguns momentos) me vi assim e foi preciso alguma força e determinação para conseguir ver o outro lado – a enorme experiência que a convivência com a Maria me proporciona.

Digo sempre (em alto e bom som) que, nestes dezasseis anos, aprendi muito mais com a Maria do que lhe ensinei. Desde que nasceu, palavras como esperança, fé e perseverança passaram a fazer parte da minha rotina. Comecei a ter de acreditar em milagres e a partir daí eles começaram a acontecer!

Aprendi que somos mais fortes do que imaginamos.

Aprendi que a felicidade é uma simples escolha.

Aprendi que a alegria, só depende de nós.

Aprendi a valorizar tudo, até as coisas mais sublimes.

Aprendi a entender as diferenças.

Aprendi a comunicar, sem ter de falar.

Aprendi a olhar (sempre) bem dentro dos olhos dos outros.

Aprendi a perceber o que está encoberto seja através de um gesto, de um sorriso, ou de um movimento.

Aprendi a festejar sempre a cada pequena/grande vitória.

Reaprendi a maneira de comunicar, de rir, de chorar e de avançar.

Não há dia em que não chegue bem perto da Maria e lhe agradeça, por tanto me ensinar. E principalmente por me dar a experimentar, da forma mais pura, este amor incondicional.

Como é ser mãe da Maria? É isto!

A Mãe da Maria (Ana Rebelo)

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4 Comentários

  • Responder Emília Homem da Costa Janeiro 9, 2016 em 10:21

    A Ana tem, dentro de si e ao seu lado, pela Maria, o verdadeiro sentido da Vida.

  • Responder Maria João Fonseca Fevereiro 8, 2016 em 00:08

    Entendo muito bem o que escreve na sua resposta à pergunta: ” Como é ser mãe da Maria?”.
    Sou irmã do Emanuel, de 33 anos, que é um jovem que tem atraso mental. Ao longo destes 33 anos, porque tenho mais 9 anos que o Emanuel, aprendi muito com o meu irmão, em especial a ser mais sensível ao que é diferente, na perspectiva da compaixão e não da de “coitadinho(a)”.
    Desejo-lhe as maiores felicidades na sua luta pela inclusão!
    Maria João Fonseca

  • Responder Anabela Araujo Setembro 21, 2016 em 23:12

    Ser mãe da Beatriz tambem e tudo isso e muito mais .Mães sortudas

  • Responder Carla Pedroto Dezembro 17, 2017 em 17:26

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