Todos os dias leio algum texto que fala sobre o quanto as mães sentem falta de ter tempo para si. A jornada de cuidar dos filhos não é leve e nela vamos deixando de nos importar com nós mesmas, repetindo o mantra “eu dou conta”.
As mães que optam por estar perto em tempo integral não se permitem a qualquer tipo de intervalo, como se isso fosse algum descuido, ou mesmo “frescura”. Afinal, que fútil é ir arranjar as unhas! Ir à terapia, ou corrida, ou qualquer outra coisa que seja só sua.
Mas o tempo vai passando e aquela entrega total cansa, mesmo para quem divide as tarefas. O resultado prático, além de profundas olheiras, aparece uma vontade enorme de sair a correr em zig zag, que é acalmada por um sorriso delicioso do(s) filho(s) ou qualquer outra forma de demonstração de amor. Mulher é um bicho de coração mole.
Brincadeiras à parte, eu já passei por essa fase de mãe leoa, que não me permitia sair de junto da Maria, que não baixava a guarda e que acreditava que tinha que dar conta de tudo sem reclamar. Mas o tempo passa e é preciso refletir sobre as nossas escolhas. Quando concluímos que algo nos está a faltar, temos de refazer os passos e até rever as crenças.
Saber pedir e receber ajuda também faz parte deste processo louco que é ser mãe. E que privilégio é ter isso!
Olhe ao seu redor. Tenho certeza que existe alguém para ficar com o seu filho nem que seja por uma hora apenas. Uma amiga, uma vizinha, o pai, a sogra. Pessoas que a podem ajudar a ter um tempo só para si. Uma coisa é certa: sozinha não dá para fazer o relógio parar. É preciso contar com os outros, abrir-se para a ajuda que pode estar mesmo ao seu lado. E aí, vá! Vá fazer qualquer coisa que seja só consigo e para si. Recupere-se, resgate-se e depois volte para ser a melhor mãe que pode ser!
A mãe da Maria (Ana Rebelo)
1 Comentário
Ola mae da Maria
Descobri-a por acaso, e gostei de a ler.
Fui mãe sozinha e durante 16 anos sempre me custou fazer as “minhas coisas” ….achava que eu é que tinha que levar tudo para a frente e sei que o fiz com todo o amor, primor e acima de tudo porque quis.
Quando me diziam tens que sair…..conviver …eu dizia sempre o mesmo ….que o fazia mas com o meu filho e gostava tanto.
Não que não tivesse a quem pedir ajuda mas eu era a mãe!!!!
Mas eles crescem e um dia que queria ir ao cinema percebi que não tinha companhia …..o filho tinha ido com os amigos!!! ☺☺
Por estas simples razões concordo com o seu texto e acho que assim devia ser. Por pedir ajuda ….por pedir tempo para nós não somos menos mães!!!