Cá em casa as conversas ao jantar são sempre produtivas e hoje o tema foi a mentira. Rapidamente a conversa evoluiu para a desconfiança e por fim como superar tudo isto. Ao final da noite, dei por mim a escrever um texto para tentar explicar aos meus filhos que o erro não é de quem confia, mas de quem mente.
Mesmo que a mentira possa alcançar limites inesperados, a verdade acaba sempre por vir ao de cima. É mais rápido apanhar um mentiroso que um coxo, pois as suas palavras e os seus atos não se sustentam.
De qualquer forma, a ideia de que tudo cai pelo seu próprio peso, não quer dizer que a pancada não vá ser dolorosa. O mais normal é que ocorra precisamente o contrário, pois quando alguém nos mente causa sempre uma mudança nas nossas vidas.
Não nos podemos culpar, pois não somos adivinhos. Além disso, os outros também não são perfeitos e em alguns casos é preciso pensar que as pessoas “boas” também cometem erros e que precisamos de estar abertos a perdoar.
Embora a mentira nos leve à desconfiança, todos somos capazes de superá-la. É normal que a dúvida cresça, mas isto não deve representar nunca uma oportunidade para desconfiar dos outros.
A segurança, a franqueza, a sinceridade e a lealdade nas nossas relações são o pilar básico para manter o nosso crescimento. Temos de ser corretos e basear a nossa vida na verdade e se algum dia tivermos a tentação de julgar o outro, que o julguemos por nós próprios. E para terminar nada melhor do que uma frase de William Shakespeare:
“Depois de um tempo aprendemos que o sol queima se nos expusermos demais. Aceitamos que as pessoas boas possam ferir-nos alguma vez e que precisamos de perdoá-las. Aprendemos que falar pode aliviar as dores da alma… descobrimos que levamos anos para construir a confiança e apenas alguns segundos para a destruir… ”.
A mãe da Maria (Ana Rebelo)
1 Comentário
Como superar a mentira é mesmo não mentir, porque quem mente não acerta, pois já não nos lembramos do que dissemos e contradizemo-nos , ao passo que se dissermos a verdade nunca nos esquecemos da conversa verdadeira nem que ela tenha anos, e quando o tema vem à baila a conversa é sempre igual.
A mentira piedosa existe e não é grave, mas há que evitá-la.
Isto é a minha forma de ver a mentira.
NÃO à mentira.