Sexta-feira fim de tarde, mais uma semana de trabalho que terminou, yes! Chego a casa, chave à porta e deparo-me com um estranho silêncio. Confesso que é algo pouco comum na nossa casa, mas poderia ter-se dado algum milagre, pensei eu.

Ao entrar na sala observo a Maria em modo sereno, que maravilha! Sentada no sofá com um jornal sobre as pernas, olha para mim e diz o seu fantástico e meigo “Olá”. Mas não sei porquê aquele “Olá” soou diferente, havia ali um comprometimento qualquer no olhar ou na voz. Fui avançando pela sala e…. valha-me Deus, estava a ler sim, mas à sua maneira!

A Maria quando “lê” um jornal agarra-o delicadamente, pousa-o em cima das pernas (tal e qual uma princesa), observa cada página com todo o cuidado e de repente – zráss– rasga e atira pelo ar. Resultado final, à volta do sofá não havia um milímetro de chão onde pousar um pé. Oh Maria, então? Estás a rasgar ou a ler? – perguntei eu, enquanto tentava apanhar restos de folhas para desbravar caminho e avançar para perto dela. Baixou a cabeça, fixou o jornal, deu uma gargalhada, rasgou mais uma página e respondeu a sorrir “LER”!

Conclusão a Maria acabou de nos revelar uma importantíssima forma, muito prática, de não nos perdermos na leitura do jornal – Se já lemos a página, há que rasgar e continuar para a seguinte, assim teremos sempre a garantia que a primeira página (disponível) é a próxima a ler. Lá está a Maria lê mas à sua maneira…A Maria é que sabe!!!

Pel´A mãe da Maria