A inclusão aprende-se – por Nita Domingos

Janeiro 3, 2016
A inclusão aprende-se, se houver quem a ensine!

Depois do Natal, a restante família veio cá a casa no domingo almoçar, a minha prima pequenina (filha da minha prima direita), quis cá ficar comigo. A Cintia tem 5 anos, é uma criança absolutamente encantadora e estes nossos três dias foram mágicos.

Como já aqui disse várias vezes, perdi a audição aos 17 anos, posto isso faço leitura labial e tenho um implante que me ajuda também. A minha experiência com crianças mais pequenas (antes de terem cinco anos) não era muita, ou melhor, não era diária.

Assim sendo, eu e a Cintia teríamos de nos entender na perfeição, desde logo ensinamos que quando falava comigo tinha que olhar para mim e falar calmamente para que eu pudesse perceber, bem como quando estávamos a dormir e ela quisesse ir a Wc tinha de me tocar para eu acordar, uma vez que não durmo com o implante.

Em toda esta explicação, ela fez as perguntas normais, e não houve um segundo que desistisse de falar comigo, chamar-me ou estar junto de mim. Brincámos, saltámos, falámos, cantámos e fomos imensamente felizes. A Cintia ganhou um desenrascar incrível e não criou qualquer rótulo ou diferença entre mim e as outras pessoas.

Isto fez-me perceber que se desde tenra idade habituarmos as crianças às diferenças e explicarmos as mesmas, elas só não ficam muito mais capazes, dinâmicas e experientes, como muito mais felizes. Neste processo de educar que a inclusão esteja sempre presente e que os muros que a sociedade vai construindo, sejam rapidamente destruídos pelo amor, pela alegria, pela inclusão e diversidade!

Nita Domingos

 

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