A história de persistência do totó

Março 1, 2016

Não sei se alguma vez pensaram quantas valências são necessárias para conseguirmos fazer um simples totó no cabelo. Conhecido por uns como rabo de cavalo, por outros como totó esta forma de prender o cabelo é um autêntico jogo às cegas. Faz-se atrás da cabeça onde o nosso raio de visão não chega. Obriga a uma enorme motricidade fina para enrolar o cabelo (com o elástico) e ainda muita elasticidade nos braços para que cheguem bem atrás da cabeça.

Desde que a Maria e a Matilde têm cabelo, que nos fartamos de rir com as tentativas falhadas do pai Jorge para lhes conseguir fazer um totó. Saem sempre numa parte da cabeça onde não era suposto. A Maria não liga nenhuma já a Matilde, antes de conseguir fazer os seus, até chorava. Isto apenas para concluir que para conseguirmos fazer o “totó perfeito” precisamos de muitos anos de treino.

A Maria é uma “vaidozona” e adora ter o cabelo arranjado. Eu como tenho cabelo comprido, ando muitas vezes com ele apanhado. Sempre que a Maria vê um elástico no meu braço pede-me de imediato para eu fazer.

Adora ficar a assistir como se tratasse de um enorme desafio que tem vontade de um dia atingir. Sempre que posso, fico algum tempo a mostrar-lhe como se faz. Ela olha para mim, agarra no cabelo atrás da cabeça e vai tentando. Mas até hoje ainda não conseguiu revirar o elástico sozinha.

É incrível as vezes que repete. Nunca desiste, não reclama, nem fica minimamente frustrada. Continua sempre na sua calma concentrada. Não sei de onde vem toda esta persistência, mas que eu gostava de ser como ela, GOSTAVA!

A Mãe da Maria (Ana Rebelo)

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