A escola do seu filho é inclusiva?

Setembro 16, 2015

A escola do seu filho é inclusiva? A da Maria é! Existem escolas inclusivas em Portugal, mas o ensino público não disponibiliza esta opção para crianças como a Maria.

A Maria, com quinze anos, pela “oferta” do Estado estaria hoje fechada numa sala de multideficiência (só com meninos portadores de deficiência). Iria a uma turma regular do 7º ano (sim porque a Maria por Lei tem de estar inscrita no 7ª ano), uma ou duas vezes por semana olhar para eles, pois não tem capacidade de acompanhar os conteúdos programáticos. No horário letivo aprenderia algumas atividades com a professora de ensino especial, dentro dos tempos que a ela estivessem destinados (os poucos minutos semanais instituídos), num plano pensado para as suas limitações e não para as suas superações. Aprenderia ainda por imitação, a cada dia estar mais longe dos comportamentos ditos “normais” em sociedade. Será isto inclusão?

Ontem, ao ler vários artigos sobre escolas e educação inclusiva deparei-me com alguns textos de uma publicação de 2006 (Revista Lusófona de Educação, 8, 2006). Selecionei algumas linhas, que aqui partilho:

” Escola inclusiva 

(…)Podemos dizer que inclusão é a palavra que hoje pretende definir igualdade, fraternidade, direitos humanos ou democracia, conceitos que amamos, mas que não sabemos ou não queremos pôr em prática. A escola em que vivemos hoje, está longe de cumprir estas prerrogativas, mas há um caminho a percorrer e um sonho a comandar a vida: a participação na construção de uma sociedade democrática, em que a justiça, o respeito pelo outro e a equidade sejam os grandes princípios de ser e de estar consigo e com os outros.(…)

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos (sejam crianças com deficiência ou sobredotados, etc). Escola inclusiva é uma escola onde se celebra a diversidade, encarando-a como uma riqueza e não como algo a evitar, em que as complementaridades das características de cada um permitem avançar, em vez de serem vistas como ameaçadoras.(…)

Educação inclusiva

(…)Numa escola inclusiva só pode existir uma educação inclusiva, uma educação em que a heterogeneidade do grupo não é mais um problema mas um grande desafio à criatividade e ao profissionalismo dos profissionais da educação, gerando e gerindo mudanças de mentalidades, de políticas e de práticas educativas. (…)

Educação inclusiva não significa educação com representações e baixas expectativas em relação aos alunos, mas sim a compreensão do papel importante das situações estimulantes, com graus de dificuldade e de complexidade que confrontem os professores e os alunos com aprendizagens significativas, autênticos desafios à criatividade e à ruptura das ideias feitas, como foi o caso dos grandes pioneiros da educação que acreditaram no grande papel que a educação representava no acesso à cidadania dos mais desfavorecidos, sendo, então (como agora), chamados de loucos.(…)”

Mas é no meio daqueles que acreditam (os loucos) que encontramos o melhor: a Maria está incluída no colégio, numa turma de 5 anos, que em tamanho são os seus pares e em “cabeça” estão à “frente”. Os amigos (os coleguinhas de turma) aprendem a viver com a diferença, a não desistir, a saber o que é, de facto, uma dificuldade. Obrigam a Maria a superar-se, mas superam-se também todos os dias. Beneficiam de uma educação inclusiva. Além de tudo funcionar exemplarmente, são felizes!

Aqui está a “prova” que em Portugal é possível dar uma educação inclusiva, quando se olha para as necessidades individuais de cada criança e não para as necessidades “especiais”. Todas as crianças são únicas e a Maria, aqui, não é excepção!

Pel´A Mãe da Maria

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