Todos aqueles que olharam, com mais cuidado, para a humanidade não hesitaram em dizer que as crianças são os seres mais perfeitos entre nós.  Hoje deixo aqui 5 pontos em que elas são mestres e que com eles podemos aprender:

1. As crianças sabem que cada dia trará os seus desafios e não se preocupam com o amanhã. Importa-lhes o que têm de superar agora. Sabem que as conquistas de hoje são as únicas que elas podem fazer, e por isso concentram todas as suas energias no momento. Elas conhecem as leis da vida e sabem que é pelo esforço que alcançam os seus melhores resultados, e que o maior prazer não está no resultado, mas sim no esforço em si. Elas ficam genuinamente felizes com os maiores desafios, pois sabem que são eles que lhes permitirão tornarem-se, a cada dia mais completos e perfeitos. Elas colaboram para a criação da humanidade todos os dias.

2. Perdoam infinitamente as mesmas pessoas, pelos mesmos erros, sem que lhes seja preciso pedir desculpas e fazem-no sem reservas. Se num minuto um adulto ou um amigo grita com elas, em dois minutos elas podem estar a rir com renovada simpatia. Elas não perdoam sob a condição de que não repitamos o erro. Se este amor e esta capacidade de perdão fosse igual nos adultos, o mundo seria bem diferente.

3. Estão sempre com vontade de aprender, sem se importarem com quem ensina. Ninguém é pequeno demais ou sabe pouco demais para ensinar uma criança. Não importa se ele é alfabetizado ou não. Se alguém sabe alguma coisa, e está disposto a ensinar, sempre haverá uma criança disposta a aprender.

4. Aproveitam as alegrias do momento, sejam as cócegas os empurrões, a comida que gostam, o mimo ou um Abraço. Não se preocupam se, depois de tudo isto, vier um pedido apressado para correr para a escola, uma exigência para arrumarem o quarto, um anúncio de um passeio indesejado ou até um corte brusco numa brincadeira porque qualquer coisa aconteceu. Para uma criança, a vida é cheia de desafios. Elas têm de obedecer aos mais velhos o tempo inteiro, têm os seus tempos e espaços – e as suas ações – sempre reguladas por outros mais fortes do que elas. Mas sabem que aqui e ali há espaço para alegrias, e aproveitam as alegrias com toda a sua força.

5. São verdadeiramente humildes. Não há, nas crianças, qualquer traço de orgulho, arrogância ou vaidade. Elas têm vontades, é claro, e impulsos também. Têm necessidades mas não têm orgulho. Para elas não há ninguém feio demais, errado demais ou desonrado demais para ser um amigo de brincadeiras, um colega de trabalho, ou um mestre. As crianças sabem que em todos há coisas boas têm a capacidade de ver sempre esse detalhe brilhante. Que nós possamos aprender com elas…

A mãe da Maria (Ana Rebelo)